Tem Jeito Sim
- Ap. Djalma
- 16 de junho de 2024
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A carta de Paulo a Filemom nos apresenta uma poderosa mensagem sobre a possibilidade de transformação e reconciliação. Como registrado em Filemom 1:1-22, vemos um exemplo vivo de como o perdão pode transformar relacionamentos e restaurar vidas. O que é impossível ao homem, é possível para Deus, como nos lembra Jeremias 32:27: “Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Será que existe algo demasiadamente difícil para mim?”
A história de Onésimo, que antes “não foi de muita utilidade” mas depois se tornou “muito útil”, nos mostra que sempre há esperança de transformação. Esta verdade se aplica não apenas aos outros, mas também a nós mesmos. Até o que parece impossível de perdoar, tem jeito sim. Tem jeito tanto para quem feriu quanto para quem foi ferido. Como Paulo nos ensina, mesmo em situações de prisão, a porta está aberta para a libertação através do poder transformador do perdão.
Mesmo homens e mulheres crentes, de boa reputação, que amam a Deus, podem entrar em prisão porque não conseguem liberar perdão. Esta é uma realidade dolorosa que muitos enfrentam. Mesmo amando a Deus e às pessoas, parece que existem pessoas que não conseguimos amar mais. Quando não perdoamos, entramos numa prisão com aquela pessoa - nos livramos da convivência externa, mas por dentro permanecemos presos, trazendo sofrimento para nós mesmos.
A falta de perdão é, na verdade, uma falta de amor próprio. Por que continuar sofrendo? Perdoar não é tirar da mente, mas tirar do coração. Não é esquecer, é aquilo não te afetar mais. É quando lembramos, mas não dói mais. Como vemos na história de Jonas, às vezes temos mais compaixão por plantas e animais do que por pessoas, demonstrando como nosso coração pode se tornar insensível quando não permitimos que o perdão flua através de nós.
O perdão é uma experiência bíblica, mas não é eficaz se não for por amor. Deve acompanhar palavras e decisões concretas. Embora seja uma obrigação e um mandamento, precisa ser feito de boa vontade, por amor. O perdão não é uma mera declaração, mas uma decisão profunda que transforma relacionamentos e restaura vidas.
É crucial lembrarmos que não pagamos nada para ser perdoados, então por que exigir que outros paguem para serem perdoados? As consequências são problema de Deus; nossa obrigação é perdoar. A pessoa que causou dano precisa de um encontro genuíno e, depois, de um ambiente de reconciliação. A ofensa, traição e injustiça podem nos separar por um tempo, mas o perdão permite uma relação melhor do que antes da ofensa.
A pessoa mais difícil de perdoar é frequentemente aquela que mais amamos. Este paradoxo nos mostra a profundidade do desafio do perdão. No entanto, precisamos perdoar porque fomos perdoados. Como vemos na história de Jonas, Deus nos chama a ter compaixão, mesmo quando é difícil. A cidade de Nínive, com suas 120 mil pessoas, representa todas as pessoas que precisam de perdão e transformação.
O perdão é uma jornada de libertação, não apenas para o ofensor, mas principalmente para quem perdoa. Quando perdoamos, quebramos as correntes que nos mantêm presos ao passado e abrimos espaço para um futuro de reconciliação e restauração. Como nos ensina a carta a Filemom, o perdão transforma escravos em irmãos amados, restaurando relacionamentos e trazendo nova vida.
Tem jeito sim, porque com Deus todas as coisas são possíveis. O perdão não é apenas uma opção, mas uma necessidade para nossa saúde espiritual e emocional. Que possamos, como Paulo, ser instrumentos de reconciliação, levando a mensagem de que sempre há esperança de transformação e restauração através do poder do perdão.