O Encontro com a Paz e o Envio dos Discípulos
- Rodrigo
- 4 de agosto de 2018
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Esta reflexão do Rodrigo medita sobre o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado e o significado da Páscoa, do sacrifício de Jesus e do envio dos discípulos com o poder do Espírito Santo, revelando como a ressurreição transformou o medo em paz e a dúvida em missão.
Os discípulos estavam reunidos em casa, com as portas trancadas por medo dos judeus, como nos revela João 20:19. Nesse ambiente de temor e incerteza, Jesus aparece, coloca-se no meio deles e os saúda com “Paz seja convosco!”. Esta não era apenas uma saudação comum, mas uma declaração poderosa que transformava o ambiente de medo em um lugar de paz e segurança.
Para dissipar qualquer dúvida e confirmar sua identidade, Jesus lhes mostra as mãos e o lado, marcas de sua crucificação, conforme João 20:20. Ao verem o Senhor ressuscitado, os discípulos são tomados por grande alegria, demonstrando como a presença de Jesus transforma o desespero em júbilo e a tristeza em celebração.
Jesus repete a saudação de paz, reforçando a tranquilidade que Sua presença traz e preparando-os para o que viria a seguir. Em seguida, Ele os envia com a mesma autoridade com que foi enviado pelo Pai: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”, como registra João 20:21. Esta declaração estabelece a continuidade da missão divina, passando dos ombros de Jesus para os ombros de Seus discípulos.
Havendo dito isso, Jesus sopra sobre eles e lhes diz: “Recebei o Espírito Santo”, conforme João 20:22. Este ato simboliza a capacitação divina para a missão que lhes é confiada, demonstrando que não seriam enviados desamparados, mas equipados com o poder do Espírito Santo. Ele lhes concede a autoridade para perdoar ou reter pecados: “Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”, como nos ensina João 20:23.
A palavra “Páscoa” significa “passagem”, referindo-se à passagem do anjo da morte sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro no Egito, conforme Êxodo 12. Os judeus comemoram a Páscoa na lua cheia, no dia 14 do primeiro mês do calendário hebraico (Nisan), e a lua cheia era importante para iluminar a noite durante a celebração. É o sangue do Cordeiro (Jesus) que nos livra da morte espiritual e eterna, estabelecendo uma nova aliança entre Deus e a humanidade.
Tudo o que somos, temos ou podemos é por causa do sangue de Jesus, o sacrifício perfeito que nos redimiu e nos reconciliou com Deus. Jesus foi para a cruz voluntariamente; ninguém poderia tê-lo forçado a tal ato de amor. Sua morte foi um ato de obediência ao Pai e de amor pela humanidade, demonstrando o caráter sacrificial de Deus.
No momento de maior sofrimento na cruz, Jesus clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”, como registra Mateus 27:46. No entanto, essa experiência de abandono não foi plena e absoluta, pois o próprio Jesus era Deus encarnado e estava cumprindo o plano redentor do Pai. Este momento de aparente abandono foi necessário para que Jesus experimentasse plenamente a condição humana e carregasse sobre Si o peso do pecado da humanidade.
O encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado transformou não apenas suas vidas individuais, mas também o curso da história. De homens temerosos e escondidos, eles se tornaram corajosos proclamadores da ressurreição, dispostos a enfrentar perseguição e até mesmo a morte por causa do evangelho. A paz que Jesus lhes deu não era apenas uma sensação de tranquilidade, mas uma força interior que os capacitava para enfrentar qualquer desafio.
Que possamos, como os discípulos, experimentar a paz que Jesus oferece e aceitar o envio que Ele nos confia. Que sejamos instrumentos nas mãos de Deus para levar Sua paz e Seu perdão a um mundo que desesperadamente precisa conhecer o amor de Cristo.